quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Raras fotos engraçadas e inusitadas de soldados alemães durante a Segunda Guerra Mundial

Mais uma sequência de fotos inusitadas de soldados alemães.





Hip Hop

Josef Mengele e os gemêos

Josef Mengele era um cientista nazista envolvido em um programa de genética que tinha a tarefa de criar uma raça superior de povos arianos. O trabalho de Mengele, ou o "Anjo da Morte", como era chamado, foi o de encontrar formas de aumentar as chances de uma mãe dar à luz a gêmeos. Enquanto trabalhava no campo de concentração de Auschwitz, Mengele fez uma série de experiências brutais em gêmeos, a maioria morreu com os resultados das cirurgias ou de feridas infectadas mais tarde.

Uma noite, o anjo da morte colocou 14 pares de gêmeos para dormir em sua sala de operações. Ele então injetou clorofórmio diretamente em seus corações, matando-os instantaneamente e começou a dissecá-los, tomando notas de cada pedaço de seus corpos. As autópsias eram uma parte importante das experiências de Mengele.

Em outro experimento bizarro, ele levou um par de gêmeos ciganos e costurou-os juntos, a remoção cirúrgica das veias deixou-os com gangrena. Um gêmeo que sobreviveu e esteve sob os cuidados do médico lembrou que seu irmão veio a perder a sua vida;

"Dr. Mengele estava sempre mais interessado em Tibi. Não sei porquê, talvez porque ele era o gêmeo mais velho. Mengele fez várias operações em Tibi. Uma cirurgia em sua espinha deixou meu irmão paralisado. Ele não podia andar mais. Então eles tiraram seus órgãos sexuais. Após a quarta operação, eu não vi mais o Tibi. Eu não posso dizer-lhe como me sentia. É impossível colocar em palavras o que senti. Eles haviam tirado o meu pai, minha mãe, meus dois irmãos mais velhos e, agora, meu irmão gêmeo."

Os gêmeos de Auschwitz foram alojados em quartos mais confortáveis do que os outros presos, tinham melhor alimentado e estavam a salvo das câmaras de gás. Mengele se apresentava aos gêmeos como 'Tio Mengele "e dava-lhes doces. A maioria dos registros mantidos por Mengele foram perdidos ou destruídos no final da guerra, de modo que a extensão de suas atrocidades, nunca será conhecida. Sabe-se contudo que, durante a II Guerra Mundial, cerca de 3.000 gêmeos foram para Auschwitz, mas apenas cerca de 52 deles iriam conseguir sair dali vivos.

Depois da guerra, Mengele conseguiu escapar da Alemanha depois de receber uma falsa identidade de inocentes trabalhadores da Cruz Vermelha que forneciam documentos para milhares de refugiados. Ele fugiu primeiro para a Argentina e, em seguida, rodou pela América do Sul em uma tentativa de evitar a captura e julgamentos de crimes de guerra. Acredita-se que ele possa ter continuado seus experimentos genéticos no Brasil na década de 1960. Isso por que na cidade gaúcha de Cândido Godói, uma em cada cinco gestações resultam em gêmeos, a maioria dos quais loiros e de olhos azuis.



Encontro anual de gemêos em Godoi(RS) / Brasil

Moradores afirmam que Mengele visitou a cidade em várias ocasiões e que ofereceu tratamento médico para as mulheres. Normalmente, nascem gêmeos em cada oitenta gravidez assim, parece que em Cândido Godói, Josef Mengele conseguiu alcançar o seu sonho de criar o que ele acreditava ser uma raça superior.

Abaixo  um pedaço da matéria no Telegraph:
 

"Camarasa conversou com a população de Cândido Godói, a maioria de descendência germânica, e muitos contaram que um educado alemão que se apresentava como Rudolph Weiss, e era especialista em reprodução, passou pela cidade na década de 1960, pouco antes do surgimento dos gêmeos em série. Este homem, que muitos na cidade acreditam que era Mengele, atendeu mulheres, acompanhou gestações e as prescreveu medicação. Há uma ocorrência de gêmeos a cada cinco nascimentos em Cândido Godói, bem superior à média de um nascimento de gêmeos a cada 80 partos."


   
Biografia: Mengele: o Anjo da Morte na América do Sul
http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/southamerica/brazil/4307262/Nazi-angel-of-death-Josef-Mengele-created-twin-town-in-Brazil.html

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Mauthausen


Prisioneiros quebram pedras em Mauthsausen

Mauthausen-Gusen foi um complexo de campos de concentração construídos pelos nazistas na Áustria, situado a cerca de 20 kms da cidade de Linz. Inicialmente consistindo apenas de um pequeno campo, transformou-se num dos maiores complexos de trabalho escravo da Europa ocupada pela Alemanha durante a II Guerra Mundial. Os prisioneiros destes campos era usados para o esforço de guerra alemão, trabalhando em pedreiras e fabricando armas, munições, peças de aviões e minas, sob um regime de trabalhos forçados que causou centenas de milhares de mortos.
Em janeiro de 1945, estes campos somados continham um total aproximado de 85 mil prisioneiros, sobreviventes de cerca de 200 a 300 mil mortos, que foram exterminados pela dureza do trabalho escravo ali realizado. Mauthausen, ao contrário de outros campos nazistas que recebiam gente de todas as classes e categorias, era destinado apenas a integrantes da “intelligenzia” dos países ocupados, pessoas da alta sociedade e maior grau de educação e cultura. Foi um dos primeiros complexos de campos de concentração da Alemanha nazista e o último a ser liberado pelos Aliados ao fim da guerra.

Os famosos 186 degraus. A guarda de honra soviética está diante do "Todesstiege" (os degrais da morte) no campo de concentração Mauthausen. Os nazistas forçaram os prisioneiros a transportar blocos de granito repetidamente pesados até as escadas, até que eles morreram ou foram assassinados quando falharam no transporte.

História

Em 8 de agosto de 1938, prisioneiros do campo de concentração de Dachau foram enviados à cidade de Mauthausen, perto de Linz, na Áustria, para começarem a construção de um novo campo. Apesar de controlado inicialmente pelo Estado alemão, ele foi fundado por uma empresa privada como um empreendimento econômico. A empresa, comandada por Oswald Pohl, também um oficial graduado da SS, comprou as pedreiras ao redor da cidade e iniciou a construção do campo, cujo principal objetivo econômico era a extração de granito em pedras, a ser feita através do trabalho escravo de milhares de prisioneiros, de prisioneiros comuns como ladrões, assassinos e prostitutas a prisioneiros políticos do Reich.
A partir de 1939, outros campos menores começaram a ser construídos em volta, abrigando mais prisioneiros trazidos de Dachau e Sachsenhausen, além de prisioneiros de guerra soviéticos após a invasão da Rússia em 1941.
Em 1944, apesar da construção de novos pequenos campos no complexo, o número de prisioneiros superava em muito a capacidade das instalações, chegando a quatro internos por cama. Os prisioneiros do campo também eram “alugados” para trabalho escravo, sendo usados por empresas austríacas para trabalhar em fazendas, construção e reparo de estradas, reparos em barragens do rio Danúbio e até escavação de sítios arqueológicos.
Com o início dos bombardeios estratégicos aliados à indústria de guerra alemã, os planejadores alemães decidiram mover a produção para locais construídos em túneis e sob o solo, impenetráveis às bombas, onde os prisioneiros de Mauthausen construíram fábricas de aviões Messerschmitt Me 262 a jato e de foguetes V-1.

Inspecionando a pedreira de Mauthausen, após a libertação


Extermínio

A função política de exterminação do campo era exercida ao mesmo tempo que a função econômica. Até 1942, Mauthausen foi usado para prisão e assassinato dos inimigos políticos e ideológicos da Alemanha nazista, reais ou imaginários.Este extermínio se dava inicialmente através de trabalhos forçados. Quando os prisioneiros regressavam às barracas e alojamentos após doze horas de trabalho exaustivo nas pedreiras, aqueles sem condições físicas de continuarem a servir às expectativas, por exaustão completa ou doença, eram mortos com injeções intravenosas de veneno, nas “enfermarias” e cremados no crematório local. Milhares deles morreram por exaustão nas próprias pedreiras e fábricas.


A câmara de gás era disfarçada como uma casa de banho com água encanada real e chuveiros no teto. na parede na extrema esquerda é uma placa comemorativa a um dos presos que foi intoxicado nesta sala.

A princípio, o campo não contava com câmaras de gás e prisioneiros sem condição de trabalho eram transferidos para outros campos para execução. A partir de 1940, caminhões itinerantes com boléias transformadas em câmaras viajavam entre os sub-campos do complexo para realizar sua tarefa macabra. A partir de dezembro de 1941, uma câmara de gás permanente com capacidade para 120 pessoas de cada vez foi instalada.
A pedreira de Mauthausen foi o local da infame “Escada da Morte”, onde prisioneiros eram obrigados a subir os 186 degraus da pedreira carregando blocos de pedra de 50 kgs em fila; como resultado disso, alguns prisioneiros exaustos caíam por cima dos outros, derrubando diversos homens na fila escada abaixo, num efeito dominó, para a morte ou graves ferimentos.
Esta brutalidade proposital seguia os métodos dos SS, que forçavam prisioneiros a subirem correndo os degraus da pedreira carregando pedras, após horas de trabalho pesado, sem comida nem água suficientes, e os que caíssem eram executados; os poucos sobreviventes participavam então do chamado Muro do Páraquedas, onde alinhados na crista da pedreira à beira do precipício, tinham a escolha de morrerem fuzilados perfilados na fila ou jogarem o companheiro ao lado pela borda do penhasco.
Outros métodos de extermínio usados em Mauthausen eram:

  • Surra com bastões até a morte

  • Chuveiro de gelo, onde eram obrigados a tomar um banho gelado e depois deixados para secar do lado de fora da barraca sob um frio de -30°C, morrendo de hipotermia (3.000 morreram assim)

  • Fuzilamento em grupo

  • Experimentos médicos, com inoculação de bactérias de tifo e cólera nos prisioneiros para testar vacinas. (2000 mortos)

  • Enforcamento

  • Fome em solitárias

  • Afogamento em barris de água

  • Arremesso de prisioneiros na cerca eletrificada do campo
Libertação
 
 
Sobreviventes derrubam a aguia nazista na entrada do campode Mauthausen
 
Foto recente da entrada do campo
 
 
Mulheres e crianças sobreviventes de Mauthausen falam com um libertador americano através de uma cerca de arame farpado
 
Em 3 de maio de 1945, a guarda SS de Mauthausen deixou os campos junto com seu comandante, o SS-Standartenführer Franz Ziereis, devido ao avanço das tropas aliadas. Foram substituídos no dia seguinte por homens desarmados da Volkssturm, a guarda nacional criada por Hitler nos últimos dias de guerra, formada basicamente por homens de meia idade e inválidos de guerra, policiais aposentados e bombeiros de Viena, que criaram junto com os internos um sistema de controle do campo pelos próprios prisioneiros.
Em 5 de maio, o complexo foi o último a ser libertado pelas tropas norte-americanas do 3º Exército dos Estados Unidos, que desarmaram os policiais e se retiraram. A grande maioria dos SS já havia fugido, mas cerca de 30 restantes do pessoal de apoio que ficaram foram linchados pelos prisioneiros.
Entre os sobreviventes estavam o tenente americano Jack Taylor, que seria uma testemunha chave nos subseqüentes julgamentos de crimes de guerra de Mauthausen e um engenheiro chamado Simon Wiesenthal, que dedicaria o resto de sua vida a caçar criminosos de guerra nazistas.
Após a capitulação alemã, o campo passou a fazer parte da zona de ocupação soviética na Áustria. Inicialmente sua área foi usada para instalações de barracas de acampamento de tropas do Exército Vermelho a medida que as fábricas subterrâneas iam sendo desmanteladas e enviadas para a URSS como butim de guerra; em 1947 os soviéticos explodiram os túneis e devolveram o local ao governo austríaco, que declararam o local memorial nacional.
Em 1975, o chanceler Bruno Kreisky abriu no local o Museu Mauthausen. A área antes ocupada pelos sub-campos do complexo hoje é coberta de edificações residenciais construídas no pós-guerra.


Sobreviventes e libertadores americanos se reuniram em uma rua de campo depois da libertação de Mauthausen.


Libertação do campo pelas tropas norte-americanas. Detalhe para a faixa de saudações escrita em espanhol. Nesse campo, a quantidade de espanhois era grande, que foram feitos prisioneiros depois da derrocada na espanha.

 
Sobreviventes em Mauthausen abrem um dos fornos crematórios para as tropas americanas que estão inspecionando o acampamento.


  Sobreviventes em 6 de maio de 1945.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mauthausen

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Avanço na Rússia - As memórias de Otto Skorzeny sobre a Barbarossa

As memórias de Otto Skorzeny sobre a Barbarossa, quando ainda era um oficial de artilharia vinculado à Divisão Grossdeutschland :

Em meados de junho de 1941, nossa Divisão foi transferida para a Polônia. Desta vez viajamos de trem até Lodz. A novidade deste meio de transporte foi por nós recebida com grande alegria, pois tivemos certeza que as viaturas e peças de artilharia chegariam ao destino sem sofrer dano. Quando verificamos que tudo estava carregado, sentamos e respiramos aliviados.

As conversas giravam em torno do nosso novo destino. Todos ignorávamos que estávamos a ponto de iniciar uma campanha contra a Rússia. Até os mais pessimistas estavam convencidos de que a meta final de nossa viagem seriam os poços petrolíferos do Golfo Pérsico. Estávamos certos de que a Rússia abriria suas portas ao Exército alemão e que, por tal motivo, poderíamos atravessar sem dificuldade alguma o Cáucaso, podendo chegar, dessa forma, às fronteiras do Irã. Discutimos sobre a possibilidade de as populações árabes ficarem do nosso lado, o que era de vital importância para nós, pois poderiam proporcionar-nos o combustível que necessitávamos urgente e nos facilitar a oportunidade de ocupar seus riquíssimos territórios. Outros opinavam que iríamos para a Turquia e depois para o Egito a fim de atacarmos o Exército inglês. Confesso que estava identificado com esta última opinião e, por isso, levava comigo o livro de Lawrence "As sete colunas da sabedoria". O misterioso e longínquo Oriente nos proporcionou um sem-fim de assuntos durante as longas horas de viagem em que o comboio traçou um grande círculo, beirando o protetorado da Boêmia e Moravia, até chegar à Silésia Superior para entrar na Polônia.

Deixamos o trem em Lodz e continuamos a viagem pelas empoeiradas estradas. Numa só noite percorremos toda a distância que nos separava da frente Leste. Ficamos concentrados a uns cinqüenta quilômetros do fronteiriço rio Bug, num povoado ao sul da cidade russa de Brest-Litowsk. A pobreza da localidade e das casas obrigou-nos a armar as barracas em pleno bosque.

Sentia-me satisfeito por ter a oportunidade de conhecer um país que não tinha visitado anteriormente. Nunca imaginara que os homens e os animais pudessem conviver em semelhante promiscuidade! Algumas vivendas tinham o estábulo ao lado da moradia comum, que servia para todos os místeres; muitas tinham os cômodos separados apenas por uma cortina. As crianças criavam-se entre os animais e havia casos de não se fazer diferença entre uns e outros. A água era tão escassa, que só era utilizada para cozinhar e dar de beber aos animais. Foi então, só então, que eu compreendi o sentido das palavras "economia polaca!"

Não tardamos muito em comprovar que as suposições que fizéramos acerca do nosso destino estavam erradas, já que o ambiente nos fazia compreender que não tardaríamos muito a entrar em combate. Aquilo nos deixou surpreendidos; não sabíamos o que pensar. Nunca pudemos imaginar que chegaríamos a combater contra a União Soviética! Sabíamos e percebíamos que o Pacto de Não-Agressão, firmado entre a Rússia e a Alemanha, acabaria por romper-se mais dia menos dia. Mas nunca pudemos supor que tal coisa chegasse a acontecer em plena guerra. Aquilo nos levou a perguntar-nos se seríamos obrigados a manter uma guerra em duas frentes ou poderia repetir-se o caso de uma nova Blitzkrieg? Não pudemos deixar de pensar nas imensas e inacabáveis estepes russas; no país que foi o causador do princípio da derrota de Napoleão, o homem que se acreditou invencível. Não nos restou outra coisa a não ser conformarmo-nos com a sorte, e esperar o desenrolar dos acontecimentos, a fim de prepararmo-nos para cumprir as ordens recebidas. Procuramos nos consolar dizendo que o Alto Comando sabia o que estava fazendo. Estávamos convencidos de que nos encontrávamos à mesma altura do colossal adversário e que, talvez, o destino tivesse escolhido os homens da nossa geração para derrotarem a invencível Rússia.

Entramos em posição com as baterias perto do Bug, procurando nos camuflar na vegetação. Aproveitei os momentos de folga para passear pelas margens do rio em companhia de alguns camaradas. Vimos os postos avançados russos na outra margem do rio e nos pareceram semelhantes aos nossos. Foi a primeira vez que vimos, alinhados ao longo de toda a fronteira russa, vários mangrulhos. Nossas sentinelas ocultavam-se nos galhos das árvores; passei muitas horas compartilhando com elas de suas inquietudes e desvelos. Pudemos comprovar que os russos, tal como nós, tinham concentrado grande número de tropas na fronteira polaca; suas posições, meio mascaradas, aproveitando as dobras do terreno, eram perfeitamente visíveis.

SdKfz. 251/1 na Latvia, Junho de 1941

Chegou o dia em que o Alto Comando tomou a suprema decisão. Importantíssima decisão, saída dos cérebros de muitos poucos homens! As ordens foram dadas e se fixou o dia "D" para o desencadeamento do ataque: 22 de junho de 1941. Às 5 horas deveria ter início a ofensiva cujo objetivo era o longínquo Leste. Na véspera, o general comandante pronunciou um discurso diante de todos os comandantes de unidades, dizendo entre outras palavras:

- Firmaremos um novo Tratado de Paz em Moscou dentro de algumas semanas.

Perguntei a mim mesmo se ele acreditava, realmente, no que dizia ou se limitava apenas a nos animar. Contudo, suas palavras de otimismo contagiaram a tropa e lhe deram ânimo para enfrentar o que se avizinhava.

Um grande número de soldados alemães encontrou-se, em algum momento de suas vidas, na mesma situação que nos encontrávamos naquela ocasião. Seus corações, certamente, pulsavam mais forte quando pensavam que se viam obrigados a conquistar um território enorme, quase ilimitado...

Agora, depois das experiências vividas, posso afirmar que não é fácil conhecer a alma - a verdadeira alma - dos russos! É profunda, variável e espantosa. Exatamente igual às suas imensas estepes, aos seus gigantescos rios, às inclemências do seu clima e à angustiante visão da solidão de suas paisagens! Estou convencido de que muitos oficiais do Estado-Maior terão que trabalhar durante anos inteiros, antes de poderem julgar de forma objetiva todas as vicissitudes e pormenores daquela extraordinária campanha. Por isso acredito que devo limitar-me a relatar alguns dos acontecimentos dos quais fui testemunha com meus homens.

À zero hora de 22 de junho de 1941, todas as baterias e as outras posições estavam prontas para o início da ofensiva. Todos estávamos agitadíssimos, coisa muito natural, porquanto ignorávamos a excepcional magnitude da empresa. Devo dizer que notei algo estranho; alguma coisa diferente das outras ocasiões pairava no ar. Dois soldados cochichavam na escuridão e outro dormia de boca aberta agarrado ao fuzil; alguns não podiam conciliar o sono, enquanto outros eram despertados pelos que, ao dormir, lançavam sonoros roncos! Cada homem reagia segundo seu estado de ânimo, conforme seu próprio temperamento. Mas, "às cinco da madrugada" à hora "H" todos estavam acordados, agarrados aos seus fuzis, cada um no cumprimento de sua missão.

Alguns momentos após começaram a sibilar por cima de nossas cabeças as granadas que iam estalar nas posições inimigas. Um barulho ensurdecedor nos envolveu; era comparável ao produzido pelo retumbar dos trovões nas montanhas, que se prolongam devido ao eco. Terminada a preparação da artilharia, a infantaria subiu nas embarcações e começou a atravessar o rio. Os infantes foram acompanhados pelos observadores avançados da artilharia, cuja missão era encontrar novos alvos e dirigir o tiro. Trepado num velho carvalho, via a margem oposta e presenciei os acontecimentos nela desenrolados. Mas somente pelo barulho podíamos orientar-nos com referência ao desenrolar dos combates. Nossas tropas conseguiram avançar quatro, cinco e até seis quilômetros, mas tiveram que enfrentar uma obstinada resistência.

A artilharia começou a atirar de forma intermitente, fazendo fogo de bateria para conseguir preparar as novas posições na outra margem do rio. O fogo inimigo começou a diminuir, inclusive chegou a emudecer; só de vez em quando ouviam-se alguns tiros isolados. Não se podia dizer que o barulho fosse o clássico de um combate. Quando nossos elementos avançados regressaram para informar sobre a situação, disseram-nos que tínhamos conseguido atingir os objetivos e que os russos não puderam fazer face ao nosso primeiro ataque, vendo-se obrigados a retirar-se para os bosques próximos e a cobrir-se como podiam, chegando até a esconder-se nas zonas pantanosas.

O fogo de nossas baterias voltou a apoiar o avanço da infantaria, que começava a atingir os pequenos caminhos que se dirigiam a todas as direções. A vários quilômetros das posições onde nos encontrávamos, ao lado de Koden, já dispúnhamos de uma ponte que acabava de ser construída pelos engenheiros. Na manhã seguinte, nós, os artilheiros, avançamos lentamente, seguindo a margem direita do Bug até chegarmos a Brest-Litowsk. A cidade já estava em mãos alemãs. Durante o tempo que durou um engarrafamento, que nos obrigou a parar, pude examinar com atenção as fortificações que via diante de mim. Também pude observar que se continuava lutando em alguns pontos da cidade onde os russos instalaram-se, ocupando algumas casas. Apesar de já estarem em nosso poder as partes inferiores dos fortins, os russos continuavam atirando das torres, contra nós.

Avançamos lentamente, com precaução, pois não ignorávamos que nossos movimentos eram observados pelo inimigo. Ao menor descuido caía sobre nós uma verdadeira chuva de balas. Vi morrer, diante de meus olhos, vários soldados que foram atingidos pelos projéteis do inimigo.

Todas as nossas tentativas para vencer a desesperada resistência dos russos eram vãs. Fizemos várias tentativas para nos apoderar dos torreões dos fortins, e todas falharam; os mortos que se amontoavam diante deles eram a prova disto. Vários dias transcorreram antes que pudéssemos reduzir totalmente os focos de resistência. Os russos lutaram até o último cartucho, até o último de seus homens.

Na estação ferroviária aconteceu o mesmo. Um grupo de soldados soviéticos instalou-se nas passagens subterrâneas anulando todas as tentativas do nosso avanço. Mais tarde inteirei-me de que foi necessário inundar aquelas passagens, para quebrar sua obstinada resistência.
Esquecemos logo as terríveis imagens daquela luta, para recordá-las quando novamente combatíamos. Não tardamos a ter à nossa disposição o que chamamos de "estrada" partindo de Brest-Litowsk em direção ao Leste. Era uma estrada bastante larga, mas o leito não era asfaltado. Nossas tropas travaram combates de um lado e do outro da mesma, conseguindo avançar com relativa facilidade. Vimos os primeiros carros de combate russos nas valas, meio incendiados.

Cinco dias depois chegamos às imediações de Gorodez. As tropas russas empregavam no combate uma tática muito singular: começavam apresentando uma resistência obstinada, mas, quando encontravam uma ocasião propícia, dispersavam-se ou retraíam. Durante os primeiros dias tivemos a impressão de que ainda não tínhamos enfrentado o verdadeiro Exército russo. As forças inimigas só aproveitavam algumas ocasiões para contra-atacar.

Em Gorodez visitei uma pequena estação elétrica, que estava abandonada. Nunca tinha visto, até aquele momento, um trabalho de desmontagem tão perfeito! Não ficara nada, absolutamente nada, ainda que encontrássemos material disseminado pelas imediações da estação! A ordem de evacuação e de desmontagem fora cumprida e executada ao pé da letra num tempo rapidíssimo.

Passamos pela zona pantanosa de Pripet, que nos pareceu absolutamente intransitável. Contudo, os russos consideravam-na um terreno apropriado para o movimento de suas tropas. Ao norte da estrada principal havia uma contínua fileira de colinas, e as planícies eram terras cultivadas que pertenciam aos diversos kolchoses disseminados por toda a região na qual abundavam os bosques. Todas as aparências demonstravam que, destes, os russos não cuidavam; várias clareiras foram abertas para a obtenção de lenha; o restante das árvores estavam descuidadas, ninguém se preocupara em cortá-las corretamente.

As estradas principais eram razoáveis, mas as vicinais eram simples caminhos onde se observavam rastros de viaturas numa só direção. Esses caminhos tinham uma largura de dez a quinze metros. Os rastros das viaturas facilitaram nosso avanço. O tempo estava muito seco e, por isso, enfrentamos verdadeiras nuvens de poeira. As localidades pelas quais passávamos estavam completamente vazias; a população fugira para o Leste com as tropas russas.

Não se pode dizer que naquelas dias houvesse uma verdadeira frente. As divisões alemãs limitavam-se a avançar para o Leste com muita dificuldade. Toda vez que uma viatura sofria uma avaria ficávamos em apuros. Sempre que fazíamos um alto éramos atacados por grupos isolados de tropas russas que se apressavam em retrair depois de nos terem hostilizado.

Soldados alemães da divisão Großdeutschland marcham no front leste, Julho de 1941

Em nosso avanço chegamos a um pequeno rio, em cujas margens se estabeleceu um forte combate. O Capitão Rumohr insistiu que se fizesse um minucioso reconhecimento do terreno numa fileira de colina. Formou-se uma patrulha integrada pelo Capitão Rumohr, seu auxiliar, Tenente Wurach, o oficial de comunicações, cinco sargentos e eu. Dirigimo-nos a uma das colinas com o propósito de alcançar seu cume e ver dali o que se passava na margem oposta do rio. Tivemos que atravessar um terreno acidentado onde havia algumas árvores. Uma chuva de balas caiu sobre nós. Apesar de termos visto que oferecíamos um bom alvo, continuamos avançando com toda a sorte de precauções. As metralhadoras inimigas não paravam de atirar e algumas granadas explodiram perto de nós. Realmente nos encontrávamos em precária situação. Tudo o que pudemos fazer foi nos atirarmos ao solo, aproveitando os declives do terreno para nos abrigar.

Não era agradável sentir-se como um coelho quando o caçam. Toda a vez que levantava a cabeça, via a sola das botas do companheiro que estava deitado diante de mim; em seguida voltava a afundar a cabeça no terreno, porque vinha uma nova saraivada de balas.


Russo de um tanque leve T-26 se rende, Augosto de 1941

Tentamos avançar devagar, cautelosamente, arrastando-nos pelo chão. Isto nos custou um grande esforço, pois o fogo inimigo acompanhava todos os nossos movimentos. De repente, ouvi um grito às minhas costas. Voltei a cabeça e vi que um dos sargentos, que rastejava atrás de mim, tinha sido ferido no ombro. O homem que ia a seguir agarrou-o pelos quadris e levou-o a um lugar abrigado. Uma chuva de granadas, lançada pelos nossos passou por cima de nós e foi explodir em pontos-chave do inimigo. Tivemos sorte, pois o terreno não era difícil para a progressão; caso contrário, o avanço teria sido dificílimo. Um dos nossos homens, que avançava na frente, lançou um gemido. Logo, voltou a cabeça e gritou:

- Está morto! Já não podemos fazer nada por ele...

O fogo tornou-se tão intenso que nos impediu qualquer movimento. Os minutos nos parecem séculos! De repente, lembrei, com estranheza, que tinha um tablete de chocolate num dos bolsos da calça. Fiquei em dúvida se o comia ou não. Decidi que seria melhor não fazê-lo.

Que pensamentos mais esquisitos se apoderam de nossa mente em tais momentos!

Estava deitado no chão, com as pernas e braços estendidos. Ao fim de algum tempo, que me pareceu uma eternidade, o capitão, que se encontrava ao meu lado, disse:

- Devemos prosseguir, Otto; se não o fizermos seremos apanhados.

Em conseqüência, continuamos o avanço, rastejando. O homem que estava à minha frente foi ferido; voltou a cabeça e me olhou. Fiz um grande esforço para chegar junto a ele. Consegui meu propósito e pudemos colocá-lo a salvo, ao abrigo de uma árvore. Vi que sua camisa estava encharcada de sangue, e que uma bala tinha perfurado o seu peito. Pus uma atadura sobre o ferimento e aquilo foi tudo; não podia fazer mais nada.

Ouvimos um forte tiroteio vindo da nossa margem do rio; isto foi a causa para não continuarem atirando contra nós com tanta fúria. Naturalmente nos apressamos em aproveitar tal situação. Eu e mais três companheiros apanhamos o ferido e corremos colina acima, e como não podíamos levá-lo com cuidado, gritava de dor. Chegamos a uma casa e nos abrigamos nela, colocando o ferido sobre o solo e ao amparo de suas paredes. Agradeceu-nos com um sorriso; um dos nossos ficou junto a ele para atendê-lo.

Fizemos um buraco no teto de palha da casa e nele instalamos um telêmetro. Pudemos verificar que acertamos em cheio, pois dali podíamos observar as posições inimigas. Fizemos uns croquis do terreno e assinalamos as linhas inimigas. Enviamos os dados necessários ao tiro das baterias, que não demoraram em abrir fogo. A frente russa tinha sido desarticulada e apenas alguns focos isolados ofereciam resistência.

Nossa vanguarda conseguira aproximar-se de Beresina; um pequeno rio, apenas, nos separava do próximo objetivo. Foi então que nos encontramos em uma situação difícil. Um batalhão de infantaria, apoiado por uma bateria, teve que enfrentar uma forte resistência inimiga. Alguns quilômetros atrás, num cruzamento de estradas, estava o estado-maior da Divisão. O pequeno reboque que servia de alojamento ao comandante da Divisão, papai Hausser, como o chamávamos, estava na orla do bosque onde se encontrava o estado-maior do Regimento de artilharia. Dirigi-me para lá, junto com o Coronel Hansen, que não fazia outra coisa a não ser dizer:

- Já são treze horas e estou com o estômago vazio; creio que já é hora de comer alguma coisa quente.

Lembro ter respondido:

- Vou curar seu mal!

Tropas alemãs marcham. Ao fundo, uma vila russa em chamas.

Em seguida, peguei, na minha viatura, dois ovos e um pedaço de toicinho; acendi um pequeno fogo e não tardou muito, saboreamos um pequeno lanche. Quando terminamos de comer, Hansen levantou-se e dirigiu-se para o reboque. Precisamente naquele momento explodiram várias granadas perto do lugar onde estávamos.

Senti o sangue gelado e temi pela vida do coronel, que me confessou mais tarde ter levado um grande susto. O General Hausser pediu ao Coronel Hansen que se reunisse com ele para uma breve conferência. Disse então, que avançáramos demais e que não tínhamos segurança suficiente para prosseguir, já que ignorávamos se a zona onde nos encontrávamos estava ainda em poder do inimigo. Nossas baterias não podiam atingir a distância de 120 quilômetros. Por isso era necessário que aguardássemos o avanço do grosso da artilharia.

Ofereci-me como voluntário para retornar ao lugar onde estava instalada a nossa artilharia; deram-me uma viatura e cinco homens. Uma metralhadora e cinco submetralhadoras constituíam nosso armamento.

Tinha marcado sobre a carta o itinerário que tínhamos percorrido. Por isso, sabia onde encontrar a unidade. Contudo, descobri que a carta não estava correta; conseqüentemente fui obrigado a orientar-me pela intuição.

Não é agradável viajar, com apenas alguns homens, por um território ocupado pelo inimigo. Na condição de oficial, não devia deixar transparecer a insegurança que sentia. Nosso itinerário passava por vários bosques. Mais de uma vez nossa viatura ficou atolada. Ouvimos muitos barulhos suspeitos e, em mais de uma ocasião, meus soldados atiraram por simples precaução, enquanto o motorista aumentava a velocidade. Quando chegamos a uma aldeia, situada na metade do caminho, lembrei que ao avançar tínhamos passado exatamente ali.

Um estranho pressentimento fez com que eu não continuasse pelo mesmo caminho. Por esta razão, dobrei à esquerda e apressei a marcha, embora não conseguíssemos avançar mais de vinte quilômetros numa hora. Um obstáculo imprevisto - um montão de areia - deteve a nossa marcha. Isto nos obrigou a fazer um alto de um quarto de hora. Mas como já éramos veteranos em tão difíceis situações, construímos um pequeno caminho suplementar com galhos e alguns troncos, e assim pudemos contornar o obstáculo facilmente. Não paramos para comer. Não ignorávamos que nossa missão era importante e que era perigoso determo-nos naquelas paragens.

Encontramos nossa Unidade depois de sete horas de marcha, quando já tinha escurecido. Rapidamente transmiti ao Capitão Rumohr a ordem para avançar. O Tenente Wurach colocou-me a par da situação.

Disse-me que a estrada principal voltara a ser ocupada pelos russos. Com esta notícia, fiquei satisfeito por ter passado pela outra, no caminho de regresso. Tivéramos uma grande sorte em não passar à direita do povoado que deixáramos atrás.

O avanço da unidade foi muito lento. Como era noite, não foi fácil orientarmo-nos. Eu ia à testa da coluna e não deixava de pensar: a estrada certa era a direita ou da esquerda? Só fizemos pequenos altos para reabastecer as viaturas. Fomos, inclusive, obrigados a combater em determinados pontos para podermos prosseguir. Algumas viaturas ficaram atoladas e tivemos que fazer com que avançassem à força. Chegamos a nosso destino ao meio-dia seguinte e ali nos inteiramos de que não nos esperavam tão cedo. Fomos recebidos com grande alegria. O Coronel Hansen elogiou-me e disse que faria a proposta para que eu fosse condecorado com a Cruz de Ferro.

Atravessamos o Beresina ao sul de Bosnick. Esta operação durou três dias, porque o inimigo nos deu muito o que fazer. Os russos conseguiram reunir forças e se defendiam como leões.

Decorridos quinze dias do início desta ofensiva, aprendêramos a nos abrigar utilizando o terreno. Em poucas ocasiões podíamos instalar nossos postos de comando normalmente, já que éramos obrigados a fazer grandes buracos para instalá-los. Assim podíamos dormir mais sossegados. Nossa situação era incômoda, porque a artilharia russa demonstrava ter boa pontaria.

Nossas posições, na margem direita, tinham cotas mais elevadas do que as do inimigo. Nosso comandante, Jochen Rumohr, mandou fazer uma trincheira de um metro e meio de profundidade ao longo da colina. Não era fácil, da retaguarda, chegar a ela; as comunicações estavam batidas pelo fogo inimigo. Os encarregados de reparar os danos causados pelo fogo dos russos levavam uma vida infernal, pois não tinham outra coisa a fazer a não ser abrigar-se constantemente para evitar que fossem atingidos pelo fogo; quando os cabos que reparavam não tinham sido danificados pelas granadas da artilharia soviética, eram por alguma de nossas viaturas. Dentre esses soldados houve muitos mortos e feridos.


Tropas da Wehrmacht marcham por uma estrada russa no verão de 1941.


Trincheiras mais profundas camuflavam os telêmetros e os equipamentos de rádio, assim como os telefones de campanha. O coronel viu claramente, através de um telêmetro, o prolongado zigue-zague das trincheiras inimigas na outra margem. Víamos apenas um ou outro soldado russo, uma vez que estavam perfeitamente cobertos e quase não se moviam, o que não quer dizer que não existisse um grande número deles em cada bosque e em cada colina. Tomamos a decisão de atirar com todas as peças ao mesmo instante em que notássemos um movimento de tropas nas trincheiras inimigas.

Aproveitamos uma pausa para acender um cigarro e beber um trago de nossos cantis. Tomamos também um pouco de muckefuck, o desagradável café que já conhecíamos de nosso tempo de aquartelamento; mas, naquele momento, achamo-lo delicioso.

Rumohr estava tão cansado que mal podia segurar o cigarro. Por isso decidiu dormir algumas horas; Wurach fez o mesmo. Pediram-me que os despertasse em caso de alguma novidade. Dormiram ao fechar os olhos, apesar da postura incômoda que foram obrigados a tomar.

Não parei de observar, através do telêmetro, que estava muito bem camuflado com folhagens. Podia ver uma parte de nossas posições e constatei que estavam tranqüilas. De vez em quando o inimigo atirava algumas granadas contra as nossas linhas; mas, em termos gerais, a situação era relativamente tranqüila.

Instintivamente observei algo que se movia nos bosques à nossa frente. Dois caminhões apareceram e desapareceram ante aos meus olhos, e muitos outros o seguiram envoltos em nuvens de poeira. Cheguei a contar quinze, vinte, quarenta deles, que foram seguidos por muitos mais. Ordenei que pusessem em contato, pelo rádio, com nossas três baterias. Feito o contato disse: "Preparar para fazer fogo sobre o ponto 'W', 18 graus!". Responderam-me: "Estamos prontos". Despertei o comandante e informei-o da novidade. Lembro perfeitamente a sua resposta:

- Seis tiros, Otto. Dê a ordem.
Em seguida voltou a fechar os olhos. Apressei-me em emitir a ordem e logo ouvi um sibilo, assim como as explosões na outra margem do rio.
Nosso tiro foi perfeito e não necessitou de qualquer correção. Tudo passou no intervalo de poucos minutos. Vimos vários soldados russos que se precipitaram em sair do bosque. Vimos, também, que vários pontos das posições inimigas estavam envoltos em chamas; escutamos as explosões de grande número de paióis.
Seguimos avançando pelas margens do Dnieper; uma inesperada chuva, que durou várias horas, deu idéia do que nos esperava. Tivemos que nos defrontar com verdadeiras montanhas de barro e lodo, que foram nossos maiores obstáculos. Os primeiros veículos fizeram valas tão profundas no terreno, que se atolavam nelas os que se seguiam. Neste aspecto, todas as precauções foram inúteis. Cortamos vários troncos de árvores e cobrimos o terreno com eles. Apesar de tudo só conseguíamos avançar lentamente. Tivemos um sem-fim de avarias e panes; os caminhões tiveram várias molas quebradas. Tínhamos esgotado todas as peças de reposição e não sabíamos onde encontrar novas. Abandonamos muitas viaturas nas margens da estrada. Desmontamos tudo aquilo que considerávamos de utilidade e deixamos o restante. Milhares de carcaças de viaturas puderam ser vistas nas estradas russas.

Soldados russos mortos na traseira de um tanque T-26 nos primeiros meses da guerra na Rússia.


Mantivemos um breve combate ao sul de Sckow; quando conseguimos passar o Dnieper, percebemos que a estrada principal estava completamente intransitável. Por esta razão, o grosso da Divisão atravessou o rio um pouco mais ao norte sobre uma ponte construída às pressas. Foi naquele momento que recebemos a terrível notícia de que a companhia de pontoneiros, que tinha ficado ao sul após construir a referida ponte, fora atacada em plena noite por tropas russas; só puderam salvar-se dois soldados que escaparam da tremenda carnificina, e foram eles, precisamente, que nos informaram o acontecido. O aspecto que oferecia o local da batalha era dantesco. Chegamos à conclusão que seríamos obrigados a lutar encarniçadamente na frente Leste.
Passamos por Suchari e chegamos a Tschernikow sem enfrentar muita resistência por parte do inimigo. Era a primeira cidade russa depois de Brest-Litowsk. Disse cidade, apesar de mal podermos considerá-la como tal; contava apenas com alguns prédios de alvenaria no centro; o resto eram construções de madeira, as típicas construções que podiam ser vistas em toda a Rússia.
A maior parte das ruas estava calçada com grandes paralelepípedos, que nos faziam recordar as ruas de nossas cidades medievais. Causou-me espécie ver numerosos microfones colocados a cada duzentos metros. Os alto-falantes, muito antigos certamente, estavam dentro das casas e tinham conexão com os dos edifícios públicos da cidade. Até que chegássemos nas proximidades de Moscou, não encontrei um só aparelho de rádio particular em toda a Rússia.

Fonte: Bibliex - Audaciosas ações de Otto Skorzeny - Autobiografia - Bibliex

Triângulos Roxos - Estudantes da Biblia (Atualmente Testemunhas de Jeóva)


Em 1933, mesmo ano em que Adolf Hitler foi nomeado novo chanceler da Alemanha , Hitler com sua ideologia nazista lançou uma campanha para aniquilar as Testemunhas de Jeová. No ano de 1935 elas estavam proscritas em toda nação ariana.


Quando Hitler assumiu o poder teria dito em um de seus discursos:
"Esses chamados Fervorosos Estudantes da Bíblia, são perturbadores; ... considero-os charlatães, não os tolerarei, por suas arrogantes denúncias aos católicos alemães e ao estado de direito por isso os dissolvo para sempre da Alemanha."

Depois disto, o estado nazista desencadeou uma das mais bárbaras perseguições contra cristãos já registrada na história. Milhares de Testemunhas de Jeová na Alemanha, Áustria, Polônia, Tchecoslováquia, Países Baixos e França, dentre outros, foram lançados em campos de concentração.

Objetores de consciência
 
Nos campos de concentração, as Testemunhas de Jeová precisavam explicar a outros prisioneiros o fato de estarem naquele local, já que muitos deles eram alemães, e não se enquadravam nos perfil dos outros presos: judeus, polacos, ciganos e homossexuais. A questão era a Neutralidade política e militar, que segundo sua convicção e ensino, era de suma importância.

Sua posição era:

"A Obediência a Jeová e a seu filho Jesus Cristo nos compele a nos abster de qualquer ideologia política, nosso reino já tem um Rei e entronizado". Criam que Jesus Cristo deixou claro que seu Reino não faria parte deste mundo. Por isso tornaram-se conhecidos como Objetores de consciência.

No entanto, eram conhecidos como pessoas de boa moral e cumpridores da lei. Para muitos parecia um paradoxo: se não obedeciam as leis nazistas vigentes como poderiam ser bons cidadãos? Sua resposta era: "Dar a César o que é de César, mas dar a Deus o que é de Deus". Acreditando neste conceito muitos foram brutalmente torturados e mortos pelo regime nazista.

 
Nos campos eles eram identificados por triângulos roxos. As Testemunhas de Jeová, diferentemente dos outros prisioneiros, podiam renunciar sua fé, pois era apenas ideológica, mas nem por isso perderam sua coragem e suas convicções. Por amor ao seu Deus, deram um grande exemplo de neutralidade. Homens e mulheres, crianças e idosos, sobreviventes ou mortos acreditam que estão na memória de seu Deus Jeová. - (Livro Testemunhas de Jeová - Proclamadores do Reino de Deus.)
 
O Museu do Holocausto em Washington (DC), possui uma secção reservada às Testemunhas de Jeová, descrevendo o tratamento recebido durante o regime nazista na Alemanha com centenas de relatos de Testemunhas que foram perseguidas e mortas pelos nazistas.

  Pedra Memorial aos Triângulos roxos que sofreram terror no campo de Mauthausen, Áustria.
 

Na Alemanha nazista (1933-1945)
 
As Testemunhas de Jeová foram perseguidas na Alemanha nos anos de 1933 a 1945. naquele tempo eram conhecidas como Bibelforscher (Fervorosos Estudantes da Bíblia), isto se devia ao fato de que as Testemunhas de Jeová não faziam alianças com o partido Nazista, recusando servir as forcas armadas,e por isso eram detidas, em campos de concentrações, ou de outra forma aprisionadas durante o Holocausto.
 
Ao contrário dos Judeus, homossexuais e ciganos, que eram perseguidos por razoes raciais, politicas e sociais, as Testemunhas de Jeová foram perseguidas unicamente por por suas ideologias religiosas. O governo Nazista deu as testemunhas de Jeová, a única opção de renunciar a sua fé, submetendo-se à autoridade do estado, e as forças armadas alemãs. Somente então estariam livres para deixar a prisão ou os campos.


Aproximadamente 12.000 testemunhas de Jeová foram enviadas aos campos de concentração onde foram forçadas a usar o triângulo roxo que os identificava especificamente como testemunhas de Jeová. Aproximadamente 2.500 de seus membros que estavam encarcerados perderam suas vidas sob o regime nazista. Todos perderam seu emprego, muitos foram enviados as prisões regularmente. Pouquíssimos assinaram a declaração nazista.

 
(Citado no livro Testemunhas de Jeová - Proclamadores do Reino de Deus (1993), pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados da Pensilvânia, p. 661. Original.)

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Chegada ao campo de Buchenwald



Prisioneiros recem chegados a Buchenwald eram banhados, cabelos e pelos cortados, barba feita e ganhavam o uniforme caracteristico do campo.



Recem chegados a Buchenwald. Os prisioneiros estão sendo submetidos ao processo de internação. O trabalho era feito pelos proprios internos no campo.

Depoimento assinado por Rudolph Hoess


Depoimento assinado por Rudolf Hoess declarando que havia ocorrido o assassinato de judeus através de sufocamento por emissão de gás enquanto ele era o comandante do campo de extermínio de Auschwitz. O texto em alemão diz:

 "Eu declaro pelo presente e sob juramento que de 1941 a 1943, durante o período em que eu comandava o Campo de Concentração de Auschwitz, 2 milhões de judeus foram enviados para as câmaras de gás onde morreram envenenados e que 500.000 judeus foram mortos por outros métodos. Rudolf Hoess. 14 de maio de 1946".

A confissão também tem a assinatura de Josef Maier, oficial do gabinete do Chefe do Conselho dos Estados Unidos. O documento original está exposto no terceiro andar da Exposição Permanente no Museu Estadunidense Memorial do Holocausto.

Fonte: http://www.ushmm.org/wlc/ptbr/media_da.php?MediaId=126

Experimentos Nazistas - O Horror sem limites

 
Pesquisa sobre malformações físicas pelo SS Dr. Josef Mengele.  Nota-se o corpo das crianças usadas como cobaias.


Os Experimentos humanos nazistas foram uma série de controversas experiências científicas realizadas em uma grande quantidade de cobaias humanas que estavam detidos nos campos de concentração do regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Os presos foram coagidos a participar: não sendo voluntários de boa vontade. Normalmente, as experiências resultaram em morte, desfiguração ou incapacidade permanente. Em Auschwitz e outros campos, sob a direção do Dr. Eduard Wirths, os detidos eram submetidos a diversas experiências que supostamente ajudariam na guerra, desenvolvendo novas armas, ajudando na recuperação dos militares que haviam sido feridos, e para o avanço da ideologia racial apoiada pelo Terceiro Reich. Depois da guerra, os crimes foram julgados pelo que ficou conhecido como o Julgamento dos Médicos, a revolta dos abusos perpetrados levou ao desenvolvimento do código de ética médica em Nuremberga.

Experimentos

De acordo com a acusação, nos Processos de Guerra de Nuremberg estavam incluídas as seguintes experiências:
Experiências com gêmeos

Experiências com filhos gêmeos, em campos de concentração foram criados para mostrar as semelhanças e diferenças na genética e na eugenia de gêmeos, bem como para ver se o corpo humano pode ser manipulado. O líder central dos experimentos foi Dr. Josef Mengele, que realizava experiências com mais de 1.500 presos gêmeos conjuntamente, dos quais menos de 200 pessoas sobreviveram aos estudos. Embora freqüentasse a Universidade de Munique (localizada na cidade que se manteve um dos pontos focais durante a revolução de Adolf Hitler), estudando filosofia e medicina, com ênfase em antropologia e paleontologia, Mengele foi varrido pelos conceitos da história nazista e chegou a dizer que "este simples conceito político finalmente se tornou o fator decisivo na minha vida". A recém descoberta de Mengele do "simples conceito político" o levou a fundir os seus estudos de medicina e de sua carreira política. Mengele recebeu seu doutorado por uma tese intitulada "Investigação morfológica Racial sobre a seção inferior do maxilar de quatro grupos raciais", que sugeriu que a raça de uma pessoa da poderia ser identificados pela forma da mandíbula. A organização nazista viu os seus estudos como talentosos, e Mengele foi convidado a ser o principal médico e investigador no Campo de concentração de Auschwitz, na Polónia em maio de 1943 .

Neste local Mengele organizou experiências genéticas com gêmeos. Os gêmeos foram escolhidos por idade e sexo e mantidos em quartéis nos experimentos, a qual variou de injeção de produtos químicos diferentes para os olhos dos gêmeos, para ver se eles iam mudar suas cores, e também literalmente costurar gêmeos em conjunto para tentar criar gêmeos siameses.

Experimentos sobre Congelamento

Em 1941, a Luftwaffe conduziu experimentos para aprender como tratar a hipotermia. O estudo forçou pessoas a ficarem em um tanque de água gelada por até três horas. Outros estudo colocaram prisioneiros nus em campo aberto durante várias horas com temperaturas abaixo de zero. O experimentadores avaliaram diferentes formas de reaquecimento dos sobreviventes.
Os experimentos sobre congelamento/hipotermia foram conduzidos para o alto comando nazista. Os experimentos foram conduzidos em homens para simular as condições dos exércitos sofrido na Frente do Leste, e como as forças alemães estavam mal preparadas para o frio intenso.
Os experimentos foram conduzidos em Dachau e Auschwitz. Rascher notificava os resultados diretamente à Heinrich Himmler, e divulgava os resultados de suas experiências sobre o congelamento na conferência de médicos de 1942 intitulada "Problemas Médicos decorrentes do mar e do Inverno."
Os experimentos de congelamento eram divididos em duas partes. Em primeiro lugar, para determinar quanto tempo seria necessário para baixar a temperatura corporal até a morte, e segundo, qual a melhor forma de reanimar a vítima congelada. método do cubo gelado provou ser o meio mais rápido para a queda da temperatura corporal. As seleções para os experimentos eram feitas entre jovens saudáveis judeus e russos. Eles estavam nus e preparados para o experimento. Uma sonda que mede a diminuição da temperatura corporal era inserido no reto. A sonda foi mantida no lugar por um anel metálico expansível, que foi ajustada para abrir dentro do reto para segurar a sonda firmemente no lugar. A vítima foi colocada em um uniforme da força aérea, e depois colocada na poça de água fria e começava a congelar.


Cobaias humanas congeladas pelo professor Sigismund Rascher,a direita.Primeiro se colocava o prisioneiro em agua fria vivo,e induzia-o ao congelamento. Esses experimentos eram feitos em Dachau. Rascher montou uma estrutura para estudar os efeitos da baixa temperatura da água em seres humanos, com o intuito de reavivar aviadores que caem nos oceanos. Prisioneiros de Dachau são imersos em tanques de águas gélidas até que fiquem inconscientes; em seguida, os médicos extraem amostras de sangue, que são testadas cada vez que a temperatura corporal da cobaia cai um grau - a medição é realizada com o auxílio de um termômetro retal. Depois da remoção do indivíduo do tanque, são feitas tentativas de reanimação com água quente, eletroterapia ou calor animal; para este último teste, o corpo do homem inconsciente é colocado entre o de duas prisioneiras. Pouquíssimos sobrevivem; estes, todavia, são enviados para o bloco dos inválidos e executados em seguida.


Experimentos sobre Malária

Em torno de fevereiro de 1942 e abril de 1945, experimentos foram realizados no Campo de concentração de Dachau, a fim de investigar imunização para o tratamento da malária. Detentos saudáveis foram infectadas pelo mosquito ou por injeções de extratos de glândulas mucosas das fêmeas de mosquitos infectados. Depois de contraírem a doença, estas pessoas foram tratadas com várias drogas para testar sua relativa eficiência. Mais de 1.000 pessoas foram utilizados nesses experimentos, e desses, mais da metade morreu como resultado.

Experimentos sobre gás mostarda

Diversas vezes entre setembro de 1939 e abril de 1945, experimentos foram conduzidos em Sachsenhausen, Natzweiler, e outros campos para investigar o tratamento mais eficaz das feridas causadas por gás mostarda. Pessoas foram deliberadamente expostas à gás mostarda e outros gases, o que causava graves queimaduras químicas. As vítimas feridas foram então testadas para encontrar o tratamento mais eficaz para as queimaduras de gás mostarda.

Experimentos sobre Sulfonamida
Em torno de julho de 1942 e setembro de 1943, experimentos para investigar a eficácia da sulfonamida, um agente antimicrobiano sintético, foram realizadas em Ravensbrück. Indivíduos foram infectados com bactérias como a Streptococcus, gangrena gasosa e Clostridium tetani (que provoca o tétano). A circulação sangüínea foi interrompida pelo fato de terem sido feitas feridas nos vasos sangüíneos nas suas duas extremidades para criar uma condição semelhante à feridas de um campo de batalha. A infecção foi agravada por ter sido colocada depois quantidades de madeira e vidro fosco nas feridas. A infecção foi tratada com sulfonamida e outras drogas, para determinar a sua respectiva eficácia.

Médicos nazistas cortavam  fatias para abrir a perna (na foto a sobrevivênte do campo de Ravensbruck,  Jadwiga Dzido) e deliberadamente infectavam com bactérias a ferida, sujeira e lascas de vidro para simular um ferimento de batalha. Em seguida, tratou-se o ferimento com drogas sulfanilamida.




 Experimentos sobre a água do mar

Em torno de julho de 1944 e de setembro de 1944, experimentos foram realizados no Campo de concentração de Dachau para estudar vários métodos de tornar a água do mar potável. Em certo momento, um grupo de cerca de 90 ciganos foram privados de comida e água, sendo dada de beber somente água do mar pelo Dr. Hans Eppinger, deixando-as gravemente feridos. Eles ficaram tão desidratados que lambiam os pisos recém-lavados, numa tentativa de obter água potável.


Experimentos sobre Esterilização


Em torno de março de 1941 e janeiro de 1945, foram conduzidos experimentos sobre esterilização em Auschwitz, Ravensbrück, e outros lugares pelo Dr. Carl Clauberg. O objetivo desses experimentos foi desenvolver um método de esterilização que seria adequado para esterilizar milhões de pessoas com o menor tempo e esforço possíveis. Esses experimentos foram realizados por meio de raios-X, cirurgias e diversas drogas. Milhares de vítimas foram esterilizadas. Além desses experimentos, o governo nazista esterilizou cerca de 400.000 pessoas, como parte de seu programa de esterilização obrigatório. Especula-se que injeções intravenosas foram utilizadas para conter iodo e nitrato de prata e que foram bem sucedidas, mas tiveram efeitos colaterais indesejados, como sangramento vaginal, dor abdominal grave e câncer do colo uterino. Porém, a radiação era o tratamento favorito para a esterilização. A exposição de pessoas à radiação destruia sua capacidade para produzir óvulos ou espermatozóides. A radiação foi administrada enganando os presos, estes eram levados para uma sala e pedia-se o preenchimento de formulários, que levava dois a três minutos. Alguns eram submetidos a seções de raio X, mais na realidade estavam sendo expostos a radiação.  O tratamento de radiação era administrado sem o conhecimento dos presos, tornando-os completamente estéreis. Muitos sofreram graves queimaduras por radiações.

Experimentos com tifóide

Em dezembro de 1941 até fevereiro de 1945, experimentos foram conduzidos para investigar a ineficácia dos pontos com febre e outras vacinas. Em Buchenwald, uma grande quantidade de detentos saudáveis foram deliberadamente infectados com a bactéria do tifo para manter as bactérias vivas; Mais de 90% das vítimas morreram. Outros detentos saudáveis foram usados para determinar a ineficácia das vacinas e um número de diferentes produtos químicos. No decorrer desses experimentos, 75% dos detentos foram vacinados ou alimentados com uma das substâncias químicas e, após um período de três a quatro semanas, foram infectados com germes de febre com pontos. Os restantes 25% foram infectados, sem qualquer protecção prévia para comparar a ineficácia das vacinas e produtos químicos. Centenas de indivíduos morreram. Foi também realizado experimentos com a febre amarela, a varíola, tifo, paratifo A e B, cólera e difteria. Similar experimentos foram realizados com resultados semelhantes em Natzweiler.

Experimentos com venenos

Em torno de dezembro de 1943 e outubro de 1944, experimentos foram conduzidos em Buchenwald para investigar o efeito de diferentes venenos. Os venenos foram administrados secretamente na alimentação de indivíduos. As vítimas morreram em consequência do envenenamento ou foram sacrificadas imediatamente, a fim de permitir autópsias. Em setembro de 1944, eram disparadas balas venenosas contra os presos, que após a tortura, faleciam.

Experimentos com Bombas Incendiárias

Por volta de novembro de 1943 e janeiro de 1944, experimentos foram conduzidos em Buchenwald para testar o efeito de vários preparados farmacêuticos de fósforo. Estas queimaduras foram infligidas a prisioneiros com fósforo extraído de bombas incendiárias.

Experimentos de altas altitudes

No início 1942, os prisioneiros do Campo de concentração de Dachau foram utilizados por Rascher em experiências com pilotos alemães, que se ejetava em altas altitudes. A baixa pressão contendo esses prisioneiros era utilizada para simular as condições a altitudes de até 20 km (66.000 pés). Havia rumores que Rascher realizada vissecções no cérebro das vítimas que sobreviam ao experimento inicial. Das 200 vítimas, 80 morreram nos experimentos, e os outros foram executados.

Prisionero exposto a alta altitude e alta pressao induzidas. Na 2ª foto ele esta agonizando antes de morrer por causa da pressão exercida em seu organismo. È um tipo experimento em beneficio da Luftwaffe.


Questão da Ética médica

Muitas pessoas morreram como consequência das experiências efetuadas pelos nazistas, enquanto muitos outros foram assassinados depois dos testes terem sido concluídos, ou para estudar o efeito das experiências na autópsia. Aqueles que sobreviveram foram deixados muitas vezes mutilados, com incapacidades permanentes, corpos debilitados e problemas psicológicos.
Em 19 de agosto de 1947, os médicos foram capturados pelos Aliados, e levados aos processo conhecido como USA vs. Karl Brandt et. al., vulgarmente conhecido como os Julgamento dos Médicos. No julgamento, vários dos médicos alegaram em sua defesa que não havia direito internacional relativos a experimentação médica.
No entanto, a medicina alemã e a discussão envolvendo o consentimento informado, antecede a Segunda Guerra Mundial. Em 1900, o Dr. Albert Neisser infectou pacientes (principalmente prostitutas), com sífilis sem o seu consentimento. Apesar do apoio da maioria da comunidade acadêmica, a opinião pública liderada pelo psiquiatra Albert Moll ficou contra Neisser. Enquanto Neisser foi multado pela Royal Disciplinary Court, Moll desenvolveu "uma teoria de um contrato legal positivista da relação médico-paciente", que não foi aprovada para o direito alemão. Eventualmente, o ministro dos direitos religiosos, educacionais e assuntos médicos afirmou que intervenções médicas que não sejam para fins de diagnóstico, curativos e imunização deveriam ser excluídos em todas as circunstâncias, e que o paciente devia ser informado sobre as possíveis conseqüências negativas da experiência ao qual passaria. No entanto, isto não foi juridicamente vinculativo.
Em resposta a ausência de regulamentos da relação entre paciente e médico, os Drs. Leo Alexander, e Andrew Conway Ivy elaboraram um memorando com dez pontos intitulado "Experimentos Médicos Permitidos" que passou a ser conhecido como o Código de Nuremberga. O Código define que experiências devem ser realizadas somente com o consentimento dos pacientes, que não devem causar dor desnecessária e sofrimento, e que deve haver certeza de que a experimentação não vai resultar em morte ou invalidez. No entanto, o Código não foi citado em nenhuma das acusações contra os réus e nunca se converteu em lei, tanto na Alemanha quanto nos Estados Unidos.
Legado
Os conhecimentos médicos modernos sobre a forma como o corpo humano reage ao ponto de congelação para a morte se baseia quase que exclusivamente nesses experimentos nazistas. Isto, juntamente com a recente utilização de dados de investigação nazista dos efeitos do gás fosgênio, revelou-se ser controverso e apresenta um dilema ético para a medicina moderna que não concordam com os métodos utilizados para a obtenção desses dados. Do mesmo modo, surgiu uma polêmica a partir da utilização dos resultados da guerra biológica feitas pelo Exército Imperial japonês na Unidade 731. No entanto, os resultados da Unidade 731 foram mantidas pelos Estados Unidos e a maioria dos médicos envolvidos foram perdoados.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Experimentos_humanos_nazistas


Experimentos biologicos nazistas


Sala de experimento científico com humanos do médico carrasco nazista Josef Mengele.

Experimentos Biológicos

Os médicos trabalharam em conjunto com os agentes das SS no extermínio promovido pelo estado nazista, atuando como soldados biológicos. Na época estavam muito em evidência as teses sobre eugenia, ciência que estuda as condições mais propícias ao "melhoramento" da raça humana. Foi em nome dela que os médicos nazistas cometeram várias atrocidades. Para os nazistas não eram os problemas sociais como as carências econômicas e sociais que causavam a marginalidade dos não-arianos. Ao contrário, a congênita "inferioridade racial" desses indivíduos é que criava tais problemas. Dessa maneira, definiam as execuções como sendo de caráter humanitário, misericordioso, para aqueles "condenados pela seleção natural". Como para a medicina nazista a boa saúde era característica da superioridade racial ariana, ela deveria ser mantida a qualquer custo. Por essa razão, de 1933 até o início da guerra os alemães considerados "doentes incuráveis" foram submetidos à esterilização para que o "mal" que carregavam não fosse proliferado. Entre os "doentes incuráveis" que foram esterilizados estavam, conforme relato de Robert Lifton no livro The Nazi Doctors, "60 mil epilépticos, 4 mil cegos hereditários, 16 mil surdos hereditários, 20 mil pessoas com má formação no corpo, 10 mil com alcoolismo hereditário, 200 mil doentes mentais, 80 mil esquizofrênicos e 20 mil maníaco-depressivos". Lifton cita em seu livro o caso do médico Eduard Wirths, de Auschwitz, que inoculava o bacilo do tifo em judeus sãos, sob a justificativa de que estes, naturalmente condenados a morrer, poderiam servir de cobaias para testes de vacinas. Muitos morreram em "experiências médicas" que incluíam exposição à alta pressão e congelamento. Para reforçar o caráter médico das execuções, muitas vezes uma ambulância pintada com as cores da Cruz Vermelha acompanhava os assassinatos